/João ONOFRE/
La Repubblica Griggia, 2007
Fotocópia da fotocópia, da fotocópia # 500 do La Repubblica 10/08/2007
Photocopy of the photocopy, of the photocopy # 500 of La Repubblica 10/08/2007
42,1 x 29,7 cmThe Grey Guardian, 2008
Fotocópia da fotocópia, da fotocópia # 500 do The Guardian 27/07/2008
Photocopy of the photocopy, of the photocopy # 500 of The Guardian 27/07/2008
42,1 x 29,7 cm
Fotocópia da fotocópia, da fotocópia # 500 do La Repubblica 10/08/2007
Photocopy of the photocopy, of the photocopy # 500 of La Repubblica 10/08/2007
42,1 x 29,7 cm
Fotocópia da fotocópia, da fotocópia # 500 do The Guardian 27/07/2008
Photocopy of the photocopy, of the photocopy # 500 of The Guardian 27/07/2008
42,1 x 29,7 cm
Os desenhos de João Onofre La Repubblica
Griggia (2007) e The Grey Guardian (2008)
acentuam a pesquisa do artista em torno de
imagens impossibilitadas pela sua própria
condição de imagens, isto é, de constituintes de
uma dupla negação: por um lado a partir dos
meios de comunicação – meios próprios a partir
dos quais entendemos o estado das coisas e o
pulsar do quotidiano, como as primeiras páginas
dos jornais, realiza-se uma matriz. Procurando
encontrar uma “imagem final” a partir de um
documento que deveria espelhar a realidade
imediata, documento esse pretensamente
objetivo e direcionado, João Onofre enceta um
processo no qual essa matriz é copiada e
re-copiada até perder a sua aura (condição) de
original, gerando um mecanismo de contínua
citação até se perder a referência primeira, agora sob uma camada contínuos e monótonos
momentos de reprodução, autofágicos e
entrópicos. Ironicamente, ao alimentar uma
máquina com o seu próprio produto, esta gera
novas imagens, “cria” e “desenha” por si. Mais
do que sobrelevar a condição greenberguiana da
planitude da superfície e sua delimitação
(condição do pictórico), os desenhos de Onofre
objectificam e materializam aquilo que
poderemos considerar como os espaços íntimos
da visualidade, ou como referiu acerca do
trabalho do artista JJ Charlesworth num texto
intitulado “Expressive Malfunctions” (2004): «O
trabalho de Onofre segue uma tradição da prática
conceptualista onde a auto-referência aparente do
que supomos ser uma obra de arte é examinada, e
interiorizada pela própria obra. Mas operando no
espaço onde a organização social, as normas
culturais e tecnologias artísticas se combinam,
Onofre permite que a obra de arte reflexiva
consiga operar nos sistemas pré-determinados
que sustentam os horizontes mais amplos da vida
social e cultural».
Hugo Barata, fevereiro 2013
João Onofre nasceu em Lisboa em 1976, onde vive e
trabalha. Estudou na Faculdade de Belas Artes da
Universidade de Lisboa e concluiu o Mestrado em
Belas Artes no Goldsmiths College, em Londres. Já
expôs amplamente o seu trabalho individualmente em
vários museus e galerias internacionais, a saber: João
Onofre, I-20, em Nova Iorque (2001); João Onofre,
PS1. / MoMA Contemporary Art Center, Nova Iorque
(2002); Nothing Will Go Wrong, MNAC, Lisboa, e
CGAC, Santiago de Compostela (2003); João Onofre,
Kunsthalle Wien. Project Space Karlsplatz, Viena
(2003); João Onofre, Magazin 4, Bregenz (2004); João
Onofre, Toni Tàpies, Barcelona (2005); Cristina Guerra
Contemporary Art, Lisboa (2007); João Onofre,
Galleria Franco Noero, Turim (2007); Palais de Tokyo,
Paris (2011). Onofre participou em inúmeras
exposições coletivas internacionais, entre elas, mais
notavelmente: Plateau of Humankind - The 49th Venice
Biennale, Veneza; Human Interest no Philadelphia
Museum of Art, Filadélfia; Performing Bodies, na Tate
Modern, em Londres; Youth of Today, Schirn
Kunsthalle, em Frankfurt , Video, An Art, A History
1965-2005 New Media Collection, Centro Georges
Pompidou, Sydney - Museu de Arte Contemporânea,
Barcelona-Fundació La Caixa, Museu de Belas Artes
de Taipé.
João Onofre’s drawings La Repubblica Griggia
(2007) and The Grey Guardian (2008)
emphasize the artists search of images that
preclude themselves by their own condition of
images, that is, forming a double negative: on
the one side they begin from printed media -
means from which we are supposed to
understand the state of things and the pulse of
everyday life, as the front pages of newspapers,
a matrix is carried out. Looking to find a "final
image" from a document that should reflect the
immediate reality, a document that is supposed
to be objective and direct, João Onofre initiates
a process in which this array is copied and
re-copied until it loses its aura (condition) of
original, creating a mechanism for continuous
reference until the first image is lost, now under
a layer of continuous and monotonous moments of reproduction, both autophagic and
entropic. Ironically, when feeding a machine
with its own product, it generates new images,
it "creates" and "draws" by itself.
More than underlining the greenbergian
condition of the flatness of the surface and its
boundaries (the pictorial condition), Onofre’s
drawings objectify and materialize and what we
consider the intimate spaces of visuality, or as
indicated by JJ Charlesworth in a text on the
artist’s work titled "Expressive Malfunctions"
(2004): "The work by Onofre follows a
tradition of conceptualist practice where the
apparent self-reference that supposed to be a
work of art is examined, and it’s internalized by
the work itself. But operating in a space where
social organization, cultural norms and artistic
technologies combine, Onofre allows the
reflective artwork to operate on predetermined
systems that sustain the broader horizons of
social and cultural life”.
Hugo Barata, February 2013
João Onofre was born in Lisbon in 1976, where he
lives and works. He studied at the Faculty of Fine
Arts of the University of Lisbon and concluded his
MA in Fine Arts at Goldsmiths College in London.
He has exhibited widely his work individually in
several museums and galleries internationally,
namely: João Onofre, I-20, New York (2001); João
Onofre, P.S.1. / MoMA Contemporary Art Center,
New York (2002); Nothing Will Go Wrong, MNAC,
Lisbon, and CGAC, Santiago de Compostela (2003);
João Onofre, Kunsthalle Wien. Project Space
Karlsplatz. Wien (2003); João Onofre, Magazin 4,
Bregenz (2004); João Onofre, Toni Tàpies, Barcelona
(2005); Cristina Guerra Contemporary Art, Lisbon
(2007); João Onofre, Galleria Franco Noero, Turin
(2007); Palais de Tokyo, Paris (2011). Onofre took
part in numerous international group exhibitions,
amongst them, most notably: Plateau of Humankind -
The 49th Venice Biennale, Human Interest at
Philadelphia Museum of Art, Philadelphia;
Performing Bodies, Tate Modern, London; Youth of
Today, Schirn Kunsthalle in Frankfurt; Video, An Art,
A History 1965-2005 New Media collection, Centre
Pompidou, Sydney - Contemporary Art Museum,
Barcelona - Fundació La Caixa, Taipei Fine Art
Museum.
Os desenhos de João Onofre La Repubblica Griggia (2007) e The Grey Guardian (2008) acentuam a pesquisa do artista em torno de imagens impossibilitadas pela sua própria condição de imagens, isto é, de constituintes de uma dupla negação: por um lado a partir dos meios de comunicação – meios próprios a partir dos quais entendemos o estado das coisas e o pulsar do quotidiano, como as primeiras páginas dos jornais, realiza-se uma matriz. Procurando encontrar uma “imagem final” a partir de um documento que deveria espelhar a realidade imediata, documento esse pretensamente objetivo e direcionado, João Onofre enceta um processo no qual essa matriz é copiada e re-copiada até perder a sua aura (condição) de original, gerando um mecanismo de contínua citação até se perder a referência primeira, agora sob uma camada contínuos e monótonos momentos de reprodução, autofágicos e entrópicos. Ironicamente, ao alimentar uma máquina com o seu próprio produto, esta gera novas imagens, “cria” e “desenha” por si. Mais do que sobrelevar a condição greenberguiana da planitude da superfície e sua delimitação (condição do pictórico), os desenhos de Onofre objectificam e materializam aquilo que poderemos considerar como os espaços íntimos da visualidade, ou como referiu acerca do trabalho do artista JJ Charlesworth num texto intitulado “Expressive Malfunctions” (2004): «O trabalho de Onofre segue uma tradição da prática conceptualista onde a auto-referência aparente do que supomos ser uma obra de arte é examinada, e interiorizada pela própria obra. Mas operando no espaço onde a organização social, as normas culturais e tecnologias artísticas se combinam, Onofre permite que a obra de arte reflexiva consiga operar nos sistemas pré-determinados que sustentam os horizontes mais amplos da vida social e cultural».
Hugo Barata, fevereiro 2013
João Onofre nasceu em Lisboa em 1976, onde vive e trabalha. Estudou na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e concluiu o Mestrado em Belas Artes no Goldsmiths College, em Londres. Já expôs amplamente o seu trabalho individualmente em vários museus e galerias internacionais, a saber: João Onofre, I-20, em Nova Iorque (2001); João Onofre, PS1. / MoMA Contemporary Art Center, Nova Iorque (2002); Nothing Will Go Wrong, MNAC, Lisboa, e CGAC, Santiago de Compostela (2003); João Onofre, Kunsthalle Wien. Project Space Karlsplatz, Viena (2003); João Onofre, Magazin 4, Bregenz (2004); João Onofre, Toni Tàpies, Barcelona (2005); Cristina Guerra Contemporary Art, Lisboa (2007); João Onofre, Galleria Franco Noero, Turim (2007); Palais de Tokyo, Paris (2011). Onofre participou em inúmeras exposições coletivas internacionais, entre elas, mais notavelmente: Plateau of Humankind - The 49th Venice Biennale, Veneza; Human Interest no Philadelphia Museum of Art, Filadélfia; Performing Bodies, na Tate Modern, em Londres; Youth of Today, Schirn Kunsthalle, em Frankfurt , Video, An Art, A History 1965-2005 New Media Collection, Centro Georges Pompidou, Sydney - Museu de Arte Contemporânea, Barcelona-Fundació La Caixa, Museu de Belas Artes de Taipé.
João Onofre’s drawings La Repubblica Griggia (2007) and The Grey Guardian (2008) emphasize the artists search of images that preclude themselves by their own condition of images, that is, forming a double negative: on the one side they begin from printed media - means from which we are supposed to understand the state of things and the pulse of everyday life, as the front pages of newspapers, a matrix is carried out. Looking to find a "final image" from a document that should reflect the immediate reality, a document that is supposed to be objective and direct, João Onofre initiates a process in which this array is copied and re-copied until it loses its aura (condition) of original, creating a mechanism for continuous reference until the first image is lost, now under a layer of continuous and monotonous moments of reproduction, both autophagic and entropic. Ironically, when feeding a machine with its own product, it generates new images, it "creates" and "draws" by itself. More than underlining the greenbergian condition of the flatness of the surface and its boundaries (the pictorial condition), Onofre’s drawings objectify and materialize and what we consider the intimate spaces of visuality, or as indicated by JJ Charlesworth in a text on the artist’s work titled "Expressive Malfunctions" (2004): "The work by Onofre follows a tradition of conceptualist practice where the apparent self-reference that supposed to be a work of art is examined, and it’s internalized by the work itself. But operating in a space where social organization, cultural norms and artistic technologies combine, Onofre allows the reflective artwork to operate on predetermined systems that sustain the broader horizons of social and cultural life”.
Hugo Barata, February 2013
João Onofre was born in Lisbon in 1976, where he lives and works. He studied at the Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon and concluded his MA in Fine Arts at Goldsmiths College in London. He has exhibited widely his work individually in several museums and galleries internationally, namely: João Onofre, I-20, New York (2001); João Onofre, P.S.1. / MoMA Contemporary Art Center, New York (2002); Nothing Will Go Wrong, MNAC, Lisbon, and CGAC, Santiago de Compostela (2003); João Onofre, Kunsthalle Wien. Project Space Karlsplatz. Wien (2003); João Onofre, Magazin 4, Bregenz (2004); João Onofre, Toni Tàpies, Barcelona (2005); Cristina Guerra Contemporary Art, Lisbon (2007); João Onofre, Galleria Franco Noero, Turin (2007); Palais de Tokyo, Paris (2011). Onofre took part in numerous international group exhibitions, amongst them, most notably: Plateau of Humankind - The 49th Venice Biennale, Human Interest at Philadelphia Museum of Art, Philadelphia; Performing Bodies, Tate Modern, London; Youth of Today, Schirn Kunsthalle in Frankfurt; Video, An Art, A History 1965-2005 New Media collection, Centre Pompidou, Sydney - Contemporary Art Museum, Barcelona - Fundació La Caixa, Taipei Fine Art Museum.