/Ernesto de SOUSA/
Dissolução, 1986
Prova Cromogénea Chromogenic print
70x100cm
P.S. «Quanto a estas minhas peças, eu preferia
chamar-lhes AL-QUIMIGRAMAS. Como
quase sempre nestes casos, partiu-se de uma
descoberta casual para a obtenção consciente de
determinados efeitos (vêr os títulos que dei às
peças e que reflectem já a consciência de que
estamos perante um caso de alquimia).»
Post-Scriptum da carta escrita por Ernesto de
Sousa a Etheline Rosas (Casa de Serralves) a 8
de Fevereiro de 1988, in OLIVEIRA, José
(2008). A Fotografia e o Fotográfico em Ernesto
de Sousa, Lisboa, Anexo 10 (s.p.) [Tese de
Mestrado policopiada - UNL- Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas]
José Oliveira©
(1921-88). Nasceu em 18 de Abril de 1921, em Lisboa.
Seguiu o curso de físico-químicas na Faculdade de
Ciências de Lisboa e dedicou-se, desde muito jovem,
ao estudo da arte e da fotografia. Exerceu uma vasta
ação no campo artístico: artes visuais, cinema, teatro,
jornalismo, rádio, crítica e ensaísmo. Entre 1949 e
1952 viveu em Paris onde frequentou cursos de
cinema da Cinemateca, da Sorbonne e do Institut de
Hautes Études Cinematographiques, aulas de arte na
Ecole du Louvre.
De 1958 a 1962, realizou o filme Dom Roberto, uma
viragem no cinema português, ponto de partida para o
chamado “cinema novo”. Apresentado no Festival de
Cannes 1963, foi galardoado com os prémios Prémios
da Jovem Crítica (”La Jeune Critique)” e de “L’
Association du Cinéma pour la Jeunesse”.
Em 1969 participou no 1º Festival 11 giorni di arte
collectiva a Pejo (Itália), onde conheceu Bruno
Munari, Sarenco, Verdi, entre outros, e a partir daquela
data passou a autodenominar-se “operador estético”.
Ao longo da sua vida Almada Negreiros foi para
Ernesto de Sousa uma referência permanente. A sua
obra e personalidade foram ponto de partida para
artigos, livros, e o mixed-media Almada, Um Nome de
Guerra. Em meados dos anos 60 entrou em contacto
com o movimento Fluxus: entrevistou Ben Vaultier e
foi amigo de Robert Filliou, e de Wolf Vostell. A partir
de 1976, foi visita frequente do Museu Vostell, em
Malpartida de Cáceres (MVM). Esta relação com
Vostell permitiu o alargamento do seu projecto MVM
à participação de muitos artistas portugueses.
Dos anos de 1960 a 80, divulgou a arte vídeo, o
happening, a performance em cursos, artigos e
conferências que contribuiram para abrir caminhos à
arte portuguesa. Organizou, em 1977, a exposição
Alternativa Zero, que integrou os mais importantes
artistas portugueses e ainda o Living Theatre.
Participou activamente nas correntes de mail art. Foi
sócio fundador da Galeria Diferença (1978), membro
da AICA e do IKG (Internationales Künstler
Gremium). Em 1987 a SEC, organizou a exposição
retrospectiva Itinerários. A Fundação Calouste
Gulbenkian-Centro de Arte Moderna dedicou-lhe a
exposição Revolution My Body. A exposição
«Alternativa Zero» foi reposta em Serralves e em
Palermo (Itália), por iniciativa da Fundação de
Serralves.
Em 2008 Mariana Pinto dos Santos, publicou
«Percurso teórico de Ernesto de Sousa – Vanguarda &
Outras Loas». Ainda nesse ano, foi constituído o
Centro de Estudos Multidisciplinares Ernesto de
Sousa–- CEMES. O mixed-media «Luiz Vaz 73» foi
recriado no CAM-FCGulbenkian, em Lisboa, em
2009. Em 2011, a ed. Tinta da China editou «Cartas do
Meu Magrebe», e, no ano seguinte, foi lançado no
Brasil o livro «Oralidade, futuro da arte?». «Almada,
um Nome de Guerra» foi apresentado pela Fundação
de Serralves, em 2012.
P.S. «As for these artworks of mine, I'd rather
call them AL-QUIMIGRAMAS. As almost
always in these cases, it parted from a
serendipitous discovery for obtaining
conscience of certain effects (see titles that I
gave the pieces and the already reflect an
awareness that this is a case of alchemy).»
Post-Scriptum of the letter written by Ernesto de
Sousa to Etheline Rosas (Serralves House) on 8
February 1988, in OLIVEIRA, José (2008). The
Camera and Photo on Ernesto de Sousa, Lisbon,
Appendix 10 (sp) [Master Thesis - UNL -
College of Social Sciences and Humanities]
José Oliveira©
(1921-88). Born April 18, 1921, in Lisbon. Attended
the course of physicochemical Faculty of Sciences of
Lisbon and devoted himself since a very young age, to
the study of art and photography. Exercised a vast
action in the artistic field: visual arts, film, theater,
journalism, radio, and critical essays. Between 1949
and 1952 he lived in Paris where he attended courses
of cinema in the Cinematheque, the Sorbonne and the
Institut de Hautes Études Cinematographiques. He
had art classes at the Ecole du Louvre. From 1958 to
1962, directed the film Don Roberto, a shift in
Portuguese cinema, starting point for the so-called
"new cinema". Presented at Cannes 1963, was
awarded the prize Young Critics Awards ("La Jeune
Critique)" and "L'Association pour la Jeunesse du
Cinéma". In 1969 he participated in the 1st Festival 11
giorni di art collectiva the Pejo (Italy).Throughout his
life, Almada Negreiros was a permanent reference for
Ernesto de Sousa. His work and personality were the
starting point for articles, books, and mixed-media
artworks like «Almada, um Nome de Guerra»
(Almada, a War Name). In the mid-60s came into
contact with the Fluxus movement: he interviewed
Ben Vaultier and befriended Robert Filliou, and Wolf
Vostell.
Between the 1960s and 80s, he released the video art,
the happening, the performance in courses, articles
and conferences that helped to pave the way to the
Portuguese art. He organized in 1977, the exhibition
«Alternativa Zero», which integrated the most
important Portuguese artists and even the Living
Theatre. He actively participated in mail art currents.
He was a founding member of Galeria Diferença
(1978), member of AICA and the IKG (Internationales
Künstler Gremium). In 1987 the SEC,organized the
exhibition retrospectiva «Itinerários». The Calouste
Gulbenkian Foundation - Center of Modern Art, gave
him exposure with «Revolution My Body»,
«Alternativa Zero» was recreated at Serralves
Foundation Oporto and in Palermo (Italy).
In 2008 Mariana Pinto dos Santos, published «
Theoretical course of Ernesto de Sousa – Avangarde &
Etc». In the same year the Centre of Multidisciplinary
Studies Ernesto de Sousa–- CEMES was created.
Mixed-media «Luiz Vaz 73» was recreated at
CAM-FCGulbenkian,in Lisboa, in 2009. «Letters
from my Magreb» published in 2011 (by Tinta da
China) and in the following year in São Paulo, Brasil,
«Orality, future of Art?» came to light. «Almada, um
Nome de Guerra» was revived at Serralves
Foundation in 2012.
P.S. «Quanto a estas minhas peças, eu preferia chamar-lhes AL-QUIMIGRAMAS. Como quase sempre nestes casos, partiu-se de uma descoberta casual para a obtenção consciente de determinados efeitos (vêr os títulos que dei às peças e que reflectem já a consciência de que estamos perante um caso de alquimia).»
Post-Scriptum da carta escrita por Ernesto de Sousa a Etheline Rosas (Casa de Serralves) a 8 de Fevereiro de 1988, in OLIVEIRA, José (2008). A Fotografia e o Fotográfico em Ernesto de Sousa, Lisboa, Anexo 10 (s.p.) [Tese de Mestrado policopiada - UNL- Faculdade de Ciências Sociais e Humanas]
José Oliveira©
(1921-88). Nasceu em 18 de Abril de 1921, em Lisboa.
Seguiu o curso de físico-químicas na Faculdade de
Ciências de Lisboa e dedicou-se, desde muito jovem,
ao estudo da arte e da fotografia. Exerceu uma vasta
ação no campo artístico: artes visuais, cinema, teatro,
jornalismo, rádio, crítica e ensaísmo. Entre 1949 e
1952 viveu em Paris onde frequentou cursos de
cinema da Cinemateca, da Sorbonne e do Institut de
Hautes Études Cinematographiques, aulas de arte na
Ecole du Louvre.
De 1958 a 1962, realizou o filme Dom Roberto, uma
viragem no cinema português, ponto de partida para o
chamado “cinema novo”. Apresentado no Festival de
Cannes 1963, foi galardoado com os prémios Prémios
da Jovem Crítica (”La Jeune Critique)” e de “L’
Association du Cinéma pour la Jeunesse”.
Em 1969 participou no 1º Festival 11 giorni di arte
collectiva a Pejo (Itália), onde conheceu Bruno
Munari, Sarenco, Verdi, entre outros, e a partir daquela
data passou a autodenominar-se “operador estético”.
Ao longo da sua vida Almada Negreiros foi para
Ernesto de Sousa uma referência permanente. A sua
obra e personalidade foram ponto de partida para
artigos, livros, e o mixed-media Almada, Um Nome de
Guerra. Em meados dos anos 60 entrou em contacto
com o movimento Fluxus: entrevistou Ben Vaultier e
foi amigo de Robert Filliou, e de Wolf Vostell. A partir
de 1976, foi visita frequente do Museu Vostell, em
Malpartida de Cáceres (MVM). Esta relação com
Vostell permitiu o alargamento do seu projecto MVM
à participação de muitos artistas portugueses.
Dos anos de 1960 a 80, divulgou a arte vídeo, o
happening, a performance em cursos, artigos e
conferências que contribuiram para abrir caminhos à
arte portuguesa. Organizou, em 1977, a exposição
Alternativa Zero, que integrou os mais importantes
artistas portugueses e ainda o Living Theatre.
Participou activamente nas correntes de mail art. Foi
sócio fundador da Galeria Diferença (1978), membro
da AICA e do IKG (Internationales Künstler
Gremium). Em 1987 a SEC, organizou a exposição
retrospectiva Itinerários. A Fundação Calouste
Gulbenkian-Centro de Arte Moderna dedicou-lhe a
exposição Revolution My Body. A exposição
«Alternativa Zero» foi reposta em Serralves e em
Palermo (Itália), por iniciativa da Fundação de
Serralves.
Em 2008 Mariana Pinto dos Santos, publicou
«Percurso teórico de Ernesto de Sousa – Vanguarda &
Outras Loas». Ainda nesse ano, foi constituído o
Centro de Estudos Multidisciplinares Ernesto de
Sousa–- CEMES. O mixed-media «Luiz Vaz 73» foi
recriado no CAM-FCGulbenkian, em Lisboa, em
2009. Em 2011, a ed. Tinta da China editou «Cartas do
Meu Magrebe», e, no ano seguinte, foi lançado no
Brasil o livro «Oralidade, futuro da arte?». «Almada,
um Nome de Guerra» foi apresentado pela Fundação
de Serralves, em 2012.
P.S. «As for these artworks of mine, I'd rather call them AL-QUIMIGRAMAS. As almost always in these cases, it parted from a serendipitous discovery for obtaining conscience of certain effects (see titles that I gave the pieces and the already reflect an awareness that this is a case of alchemy).»
Post-Scriptum of the letter written by Ernesto de Sousa to Etheline Rosas (Serralves House) on 8 February 1988, in OLIVEIRA, José (2008). The Camera and Photo on Ernesto de Sousa, Lisbon, Appendix 10 (sp) [Master Thesis - UNL - College of Social Sciences and Humanities]
José Oliveira©
(1921-88). Born April 18, 1921, in Lisbon. Attended
the course of physicochemical Faculty of Sciences of
Lisbon and devoted himself since a very young age, to
the study of art and photography. Exercised a vast
action in the artistic field: visual arts, film, theater,
journalism, radio, and critical essays. Between 1949
and 1952 he lived in Paris where he attended courses
of cinema in the Cinematheque, the Sorbonne and the
Institut de Hautes Études Cinematographiques. He
had art classes at the Ecole du Louvre. From 1958 to
1962, directed the film Don Roberto, a shift in
Portuguese cinema, starting point for the so-called
"new cinema". Presented at Cannes 1963, was
awarded the prize Young Critics Awards ("La Jeune
Critique)" and "L'Association pour la Jeunesse du
Cinéma". In 1969 he participated in the 1st Festival 11
giorni di art collectiva the Pejo (Italy).Throughout his
life, Almada Negreiros was a permanent reference for
Ernesto de Sousa. His work and personality were the
starting point for articles, books, and mixed-media
artworks like «Almada, um Nome de Guerra»
(Almada, a War Name). In the mid-60s came into
contact with the Fluxus movement: he interviewed
Ben Vaultier and befriended Robert Filliou, and Wolf
Vostell.
Between the 1960s and 80s, he released the video art,
the happening, the performance in courses, articles
and conferences that helped to pave the way to the
Portuguese art. He organized in 1977, the exhibition
«Alternativa Zero», which integrated the most
important Portuguese artists and even the Living
Theatre. He actively participated in mail art currents.
He was a founding member of Galeria Diferença
(1978), member of AICA and the IKG (Internationales
Künstler Gremium). In 1987 the SEC,organized the
exhibition retrospectiva «Itinerários». The Calouste
Gulbenkian Foundation - Center of Modern Art, gave
him exposure with «Revolution My Body»,
«Alternativa Zero» was recreated at Serralves
Foundation Oporto and in Palermo (Italy).
In 2008 Mariana Pinto dos Santos, published «
Theoretical course of Ernesto de Sousa – Avangarde &
Etc». In the same year the Centre of Multidisciplinary
Studies Ernesto de Sousa–- CEMES was created.
Mixed-media «Luiz Vaz 73» was recreated at
CAM-FCGulbenkian,in Lisboa, in 2009. «Letters
from my Magreb» published in 2011 (by Tinta da
China) and in the following year in São Paulo, Brasil,
«Orality, future of Art?» came to light. «Almada, um
Nome de Guerra» was revived at Serralves
Foundation in 2012.